segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Carta

Estava como de costume, e como ele sempre pedira, deitada em seu peito. Fechou os olhos, sabia que já estava tarde, e torcia para que aquele horário chegasse. Não porque queria se ver longe dele, mas pelo o que tinha para entregar. Aquela bolsa, tinha o livro que ele dera de natal e dentro dele havia algo mais. Um pedaço de papel, com uma letra garrancho na qual não conseguira fazer outra melhor. Mas lá, haviam mais que palavras, eram todos os sentimentos de um ano. Ficava olhando o relógio. Faltavam dois minutos. Ele levantou e pegou o relógio. Contava os minutos alto. O estomâgo dela só embrulhando. Era meia-noite. Como sempre, ele começou a fazer graça, daquelas que a faziam rir muito e ficava admirando ele rir da própria piada também. Ela saltou daquela cama e pegou a bolsa, com a carta. Entregou-a à ele. Ela deitou em seu peito novamente, só que estava apreensiva. Ele disse para desligar a tv, porque não se concentraria. Ela a desligou. Voltou a deitar em seu peito. Agora, ela fechava os olhos pra sentir a respiração e o coração dele bater. Ela ficou aflita e ansiada. Ouviu então, ele se mexer, como se acabasse de ler. Olhou pra ela nos olhos. Ela percebeu que os olhos dele brilhavam. Ele abraçou e beijou-a. E então, os dois sorriram. Não era preciso dizer mais nada naquele momento.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Agradecimento.

Sonhávamos em ser Jack Bauer, em ter nossas fábricas de malas malandrinhas e balas chorumelas. Tinhamos o desejo da sonhada casa na árvore, de trilharmos um caminho sempre juntos. Mas a vida traçou, geograficamente, caminhos diferentes pra nós. Tem gente que continua aqui. Eu continuo aqui, mas não sei por quanto tempo. Nos ver é quase raridade, ou talvez eu estaria exagerando... enfim, uma coisa é certa: somos do mesmo sangue e jamais seremos separados pela distância. Estamos unidos por laços familiares e acima de qualquer coisa, laços sentimentais, que nos unem fisicamente em cada feriado, férias ou fins de semana, quando dá.
Vocês são meu orgulho em forma de gente! São preciosos demais pra que não sejam notados. E a vida me deu o privilégio de poder ser sangue do mesmo sangue, essa união tão bela que não vejo em mais nenhum lugar. Eu vou estar sempre ao lado de vocês, estejam distantes ou não, afinal, a geografia nunca separou sentimentos tão intensos e familiares, não é?! :)

domingo, 4 de julho de 2010

Deixo assim como está, sereno...

Certamente, nós somos diferentes. Mas quando pego na sua mão, mexo no seu cabelo e falo baixinho no seu ouvido, eu tenho a sensação de que a diferença é que gera toda essa receita dessa cumplicidade.
Esse teu cheiro que me cerca, que faz meu corpo arrepiar; o som da tua voz; o seu braço se entrelaçando em minhas costas e de repente, o beijo que me rouba e que me faz rir, é tua alma que invade em mim, querendo tomar conta do meu próprio eu. Meu eu egoísta de te ter só pra mim. Parece contraditório pra você, né?!
Olho-me no espelho e agora, o que vejo? Mil cores rondando essa minha alegria de viver e de te ter. Esse calor ansiado e deliciosa sensação que me passa pela boca do estomâgo, dominando o meu corpo que contraditóriamente gela ao pensar nos seus olhos fitando os meus, deitados numa cama pequena, onde com uma de minhas mãos seguro as tuas, e a outra, passo por suas sardas no rosto quase que imperceptíveis se não vistas de tão perto, quanto costumo fazer.
E quando vejo, estás aqui, com sua euforica alegria que trás junto de mim, sem qualquer vergonha de se mostrar e de mostrar a felicidade que o contém.




Afirmo, então: agora sei o que é esse amor.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

One!

Eu descreveria com todos os minimos detalhes que qualquer um pedisse, do jeito que você me olha, do som do seu riso, do seu cheiro que me invade. Estou numa enchente, onde só se pode ver amor, e é dela que eu não quero, jamais, sair. Tudo que eu consegui extrair das palavras mais bonitas pra te dizer o quanto disso tudo, eu já fiz, e você mais do que ninguém sabe a intensidade dos nossos sentimentos. Nossos, por que sei que posso dizer que não é só de mim, isso tudo. E isso, esse amor todo, é meu para você e seu para mim, e mais nada, mais ninguém. Ninguém pode dizer ao contrário!

Eu amo você muito, com tudo que há de mais sincero. E seja talvez, o que resume nossos tantos momentos juntos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alguém tem a receita?

Falta tão pouco, que a distância já não se mede mais. Saudade realmente, eu não sei mais o que é. Ela me corroeu ou eu tornei-a?
Não existe receita que faça isso diminuir. A única maneira disso não nos rodear, é sentir a presença, tocar. Sentir presença de espírito só faz aumentar, continuamente, a falta que faz.
Eu vivo numa constante saudade, daquelas que não da pra se controlar.









Eu preciso muito de vocês!

sábado, 17 de outubro de 2009

Se eu morasse...

Aqui aonde eu tô, o quanto de coisas que tem?
Vai ter o taco, o concreto, a terra... bom, pode ser que tenha a pedra também; depois tem terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, então, pode haver pedras, água, mais pedra, água, depois outro tipo de terra, outro tipo de terra, AH!, tem petroleo também lá, petroleo é! Depois tem outro tipo de terra, outro tipo de terra, e lava! É, lava! Que é um fogo liquido, né? É, é!

Se eu morasse no gelo...
Bom, vai ter o taco, o concreto, e o gelo! É o gelo. Um gelo mais duro, outro mais derretido, depois outro tipo de gelo, outro tipo de gelo, outro tipo de gelo, depois tem terra né. Aí, tem outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, depois tem pedras, água, mais pedras, água, também deve haver gases, e petroleo! Ah, o petroleo... Depois, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, e lava! Lava, que claro, é um fogo meio liquido né? É! Deve ser.

Se minha casa, fosse uma casa flutuante...
Seria... bom, o taco, o concreto, e OLHA SÓ, gases.. iria ter o gás nitrôgenio, ôxigenio, hidrôgenio... é, iam ter gases... outro tipo de gases, outro tipo de gases, outro tipo de gases, um mais denso outro menos, sei lá que porra é essa, depois mais gases, e também... olha, pode haver mato. Porque quando a casa é no chão, não tem mato! Nessa pode haver mato, árvores... depois do mato vem terra, e então outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, pedras, água, pedras, petroleo.... É pretoleo ou petroleo? Bom, acho que é pretoleo porque é preto né?! É! Aí, terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra, outro tipo de terra e lava. Lava que é tipo, um fogo liquido né. Bom, é.

Se eu morasse....




( contado, detalhadamente, por José Luis Straci.)

domingo, 30 de agosto de 2009

Saudade é...

Eu desejaria que parecesse muito de mim, nessas mal traçadas frases. Muito do que eu sinto e muito do que eu guardo só pra mim. Talvez, eu seja uma das pessoas que mais sabem falar sobre saudade, sentir falta. Eu vivo um dia após o outro com isso, e mais uma vez, com mais alguém, eu me deparo com essa situação. E de uma forma ou de outra, eu aprendi que, o único jeito de resolver, é ter paciência. Eu já não tenho dimensão do quanto isso ocupa dentro de mim, que ainda não é maior do que a parte que você ocupa em mim, em sentimento e lembrança.
Pequeno e sincero, esse são os dizeres que a uma semana vem me corroendo.

[... Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. / Nostalgia - ]